
Não é de hoje que ouvimos sobre utilização da cannabis terapêutica em casos oncológicos…
Se olharmos pela perspectiva da fisiologia do sistema endocanabinóide, fica fácil entender tais aplicações, uma vez que os endocanabinóides estão relacionados com a apoptose (morte celular programada) e outros mecanismos.
Lá no e-book Sistema Endocanabinoide e Sua Terapêutica um dos estudos que cito é de Rocha (2010), que fez uma revisão sistemática da literatura de estudos clínicos e experimentais sobre os efeitos antitumorais dos canabinóides e inúmeros estudos apontam coisas muito interessantes, como por exemplo que diferentes tipos de tumores possuem expressão anormal do sistema endocanabinóide.
Esse estudo comparou a quantidade de anandamida em tecidos saudáveis e células tumorais. Além de ver menor quantidade de anandamida em células tumorais, verificou-se que tumores mais agressivos possuem menor quantidade deste composto que tumores menos agressivos.
Outros estudos ainda estão sendo feitos, mas os indícios até então é que no futuro, poderemos avaliar a agressividade de um tumor medindo a quantidade de Anandamida do corpo do paciente.
Quando os canabinóides entram na célula tumoral, se acoplam a receptores gerando estresse intracelular, silenciando a via AKT-MTor, via esta, extremamente importante para manutenção da vida da célula cancerígena, então assim, inviabiliza e silencia a célula cancerígena, provocando sua morte.
E não é apenas o CBD ou o THC que são efetivos nesses casos, mas inúmeros outros compostos da planta como terpenos, flavonoides e outros canabinóides como THCA, CBDA e etc.
Autoria: Dra Caroline Campagnone